VOTO CONSCIENTE Cheiros do campo nas receitas da vovó: Friozinho, praquetequero?

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21 de junho de 2012

Friozinho, praquetequero?

Agora, é só para aumentar a “dor aqui, a dor ali”!
Mas quando eu era pequena, e ainda estava na casa dos meus tios, o entardecer no inverno era fantástico!
O frio me aguçava a imaginação!


O grande fogão a lenha aquecia a casa e a alma!
O calor do fogo que conservava a comida sempre quentinha e  enchia a casa com o cheiro da madeira queimada, despertava as minhas fantasias. 
Eu gostava de olhar para as chamas e ver os “desenhos” que elas traçavam em meio as brasas e ao carvão. 

No inverno anoitecia cedo, e cedo íamos dormir mas, antes, meu tio contava muitas histórias “assustadoras”, cheias de fantasmas, mortos vivos e outras. Sentávamos em volta da mesa  com o lampião a querosene que, com sua luz trêmula, iluminava os  nossos rostos. 
Muitas sombras surgiam nas paredes!



Não lembro de ter sentido medo, além da curiosidade. Eu sempre queria saber o que tal "monstro" estaria fazendo naquele momento...

O que estaria fazendo a Cuca? Pegando alguma criancinha?



Meu tio contava que a Cuca tem aparência  de uma velha, bem velha e enrugada e  ainda corcunda; com uma cabeleira branca, toda desgrenhada. Seu aspecto é assustador. Ela só aparece à noite, sempre procurando por aquelas crianças que fazem pirraça e não querem ir dormir cedo.

Esse versinho era cantado, na minha infância:

Dorme, neném
que a Cuca vai chegá
Papai foi pra roça
Mamãe foi trabalhá

Outra história que também me intrigava era a do Saci-Pererê. Como aquele negrinho podia andar com uma perna só? E saltitando por aí?




Minhas perguntas eram muitas, mas precisávamos dormir. Os adultos levantavam cedo, para o trabalho.

Pela manhã, quando eu acordava, às vezes haviam algumas galinhas com seus pintinhos, dentro da cozinha, por perto do fogão.



E ao meio dia, a comida já estava toda pronta.

Quando muito frio, minha tia deixava o almoço servido nas panelas e em travessas,em cima de alguns tijolos na chapa do fogão a lenha, para não queimar.



À tarde eu brincava com minha prima...

Me fazia de "mocinha"...

Ia vivendo a vida e crescendo, para me tornar o que hoje sou.


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